quinta-feira, 5 de agosto de 2021

LUÍS LOPES VARELA





TEXTO ELABORADO POR ANDRÉ FELIPE P. FURTADO DE MENDONÇA E MENEZES, ACADÊMICO ELEITO PARA A CADEIRA Nº 6 DA ACLA.

FOI SENADOR DA REPÚBLICA



Luís Lopes Varela nasceu em 20 de dezembro de 1893, em Ceará-Mirim. Era Filho de Manuel Gouveia Varela e de Etelvina Lopes Varela. Casou-se com Antonieta Pereira Varela, com quem teve Ione Pereira Varela (casada com Eider Varela), Marilda Varela Raulino (casada com o Capitão João Carlos Raulino) e Roberto Varela (prefeito de Ceará-Mirim por três oportunidades).
Usineiro por excelência, herdou do pai e do avô, o Barão de Ceará-Mirim, o comando da Usina São Francisco, maior expoente do período açucareiro de Ceará-Mirim, na década de 1940. Também nessa época foi prefeito da cidade. Católico atuante, Lopes Varela sempre se mostrou preocupado com o bem-estar dos seus funcionários, a ponto de manter nos arredores da usina uma pequena vila de casas de alvenaria, grupo escolar para as crianças, atendimento médico-farmacêutico e, claro, uma capela. Anos mais tarde, ele doou para os funcionários da Usina São Francisco, cerca de trezentos hectares de terras no Distrito de Capela.
O lado altruístico de Luís Lopes Varela não se limitava aos seus funcionários. Ele contribuía para diversas obras importantes para a população, como a construção da sede do SESC-SENAC e na reforma do Teatro Carlos Gomes (hoje, Alberto Maranhão), ambas em Natal, na década de 1950. Também era engajado em causas sociais, tendo fundado, juntamente com o médico Percílio Alves de Oliveira, ente outros nomes, a Associação Ceará-mirinense de Proteção e Assistência à Maternidade e à Infância, nos anos de 1950.
Provavelmente influenciado por José Varela, governador do Rio Grande do Norte, à época, Luís Lopes Varela fez parte da chapa para as eleições de 1950, como candidato a vice-governador. Originalmente, a chapa contava com Café Filho para governador e Kerginaldo Cavalcanti para senador, além de vários candidatos a deputados federal e estadual. No entanto, com a candidatura de Café Filho para vice-presidente do Brasil, a chapa tomou nova forma, vindo Luís Lopes Varela a se candidatar, e eleger-se, suplente de senador. Na ocasião foram eleitos para governador e vice-governador, Jerônimo Dix-Sept Rosado e Silvio Pedroza, respectivamente.
Em 16 de abril de 1951, o senador Kerginaldo Cavalcanti requereu ao Senado Federal uma licença de quatro meses, a qual foi aprovada naquele mesmo dia. O suplente Luís Lopes Varela, que estava presente à sessão, foi logo empossado. Como senador, elaborou o projeto de lei que autorizava o Poder Executivo promover a trasladação dos restos mortais da escritora potiguar Nísia Floresta Brasileira Augusta, de Rouen, na França, para o Brasil, que converteu-se na Lei nº 1.892, de 1953. Os restos mortais de Nísia Floresta somente chegaram ao Aeroporto Augusto Severo em 12.09.1954, ao que foi recepcionado por autoridades políticas, inclusive Luís Lopes Varela, além dos presidentes da Academia Norte-Riograndense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.
Homem de muito prestígio com a classe política, Lopes Varela gostava de receber os políticos e amigos na Usina São Francisco e na sua casa de veraneio, em Muriú. Café Filho, seu amigo pessoal, era recebido frequentemente por ele, sendo destaque nos jornais do país. Em 15.10.1953, o Diário de Pernambuco publicou longa matéria sobre a estada do então vice-presidente na casa de praia de Luís Lopes Varela. Já em 11.12.1954, O Poti destacou a vinda do então presidente para um almoço, durante viagem oficial de Café Filho ao Rio Grande do Norte. Devido a essa amizade, seu filho, Roberto Varela, foi oficial de gabinete da Presidência da República. Em O Poti de 23.05.1958, foi noticiado que o então governador Dinarte Mariz passaria três dias na Usina São Francisco, a convite de seu proprietário, preparando a mensagem governamental que dirigiria à Assembleia Legislativa do RN. Outro governador que foi recebido por Luís Lopes Varela foi o Monsenhor Walfredo Gurgel, que, juntamente com o presidente do Instituto do Açúcar e do Álcool, compareceu à Usina São Francisco para almoçar e acompanhar a instalação do novo difusor da usina, vindo da Dinamarca que custou cerca de 2 bilhões de cruzeiros, como se vê no jornal Diário de Natal de 30.01.1968.
A festa de 70 anos de Luís Lopes Varela foi um grande acontecimento na cidade de Ceará-Mirim e no Rio Grande do Norte. Entre os cerca de 1.500 convidados que compareceram à Usina São Francisco, estava o então governado Aluísio Alves, como noticiou o Diário de Natal, de 21.12.1963.
Luís Lopes Varela morreu em julho de 1976, com 83 anos. Tempos depois, foi homenageado com o conjunto habitacional Luís Lopes Varela, localizado à direita da avenida que leva o seu nome, a qual se estende desde a BR 406, sendo a primeira entrada de Ceará-Mirim, e vai até a Rua Heráclito Villar, na parte antiga da cidade.

 

FONTE - SITE ACADEMIA CEARÁ-MIRINENSE DE LETRAS E ARTES “PEDRO SIMÕES NETO”

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